A Eletrobras, uma empresa do setor elétrico brasileiro, fez sua estréia no mercado de títulos verdes com uma emissão de sua subsidiária CGT Eletrosul. O valor ascende a R$ 185 milhões (cerca de US$ 34,6 milhões) na forma de “debêntures”, títulos no mercado brasileiro para financiar infra-estrutura.
A entrada da Eletrobras no mercado de títulos temáticos foi apoiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Envolvido em 30% das emissões deste tipo de obrigações na América Latina e Caribe, o BID forneceu à Eletrobras apoio técnico e financeiro para avançar em etapas anteriores à própria emissão, incluindo: a melhoria da classificação ASG (avaliação da adesão da empresa aos critérios ambientais, sociais e de governança) e a preparação e atualização de documentos como a estrutura para a emissão dos títulos (framework) e o parecer de segunda parte (Second Party Opinion). Para apoio nestas etapas, o BID contratou a empresa Sitawi, uma referência no segmento no Brasil.
Com a emissão, a empresa espera alavancar investimentos vinculados aos Contratos de Concessão de Transmissão da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), enquadrados pelo Ministério de Minas e Energia como projetos prioritários para linhas de transmissão de eletricidade.
Para conseguir a emissão desses títulos, a empresa passou por várias etapas, como a obtenção do chamado Second Party Opinion, um documento emitido por um verificador independente que avalia a capacidade de uma empresa de emitir títulos verdes. No caso da Eletrobras, a empresa era Vigeo Eiris, uma agência de classificação vinculada à Moody’s e uma das mais respeitadas no mercado global. A partir de então, todas as empresas do grupo Eletrobras são consideradas elegíveis para a emissão de títulos com selo verde.
A empresa brasileira também fez progressos satisfatórios na atualização de sua estrutura de sustentabilidade, que é exigida para a certificação pela CBI (Climate Bonds Initiative), uma referência no segmento.
Além do mercado de transmissão, a Eletrobras já possui, desde 2020, a Certificação CBI e Segunda Opinião para projetos de geração eólica e solar.